Ontem me perguntaram o que eu pretendia ser daqui dois anos. Era um daqueles textos de no minimo quinze linhas que te obriga a pensar em muita coisa para escrever, e acaba que você não pensa em nada. E foi exatamente isso que aconteceu, no momento em que peguei a caneta para começar a escrever me deu um branco, eu não sabia o que queria.

Como é que irei saber o que quero para minha vida daqui dois anos se não sei o que quero comer no café da manhã seguinte? Ah, parece besteira, é claro que você está pensando que é bobagem, mas sei lá, isso me parece normal. Eu não sei o que pretendo ser daqui dois anos, não sei onde estarei daqui dois anos, não sei se ainda irei preferir o preto ao vermelho daqui dois anos...sei lá, isso parece tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo. As vezes me pego pensando nisso, mas logo depois prefiro deixar as coisas acontecerem, claro que não faço o tipo que espera as coisas cair do céu, mas também não faço o tipo de pessoa que está certa do que quer para o futuro.

Já desejei tanta coisa, esperei tanta coisa, mudei de ideia tantas vezes que até cansei de tentar adivinhar esse futuro, claro, eu ainda faço planos para o amanhã, mas não para daqui dois anos. Acabou que minha redação terminou em " Quem é que sabe o que pretendo ser..." e é a verdade, ainda tenho dúvidas, ainda tenho sonhos, mas não gosto de sair por ai contando para qualquer um, porque as vezes você cria tantas expectativas, e acaba que nada sai como o esperado.

 O problema é que os adultos exigem de nós uma resposta objetiva,. Advogado, médico, professor, morar com os pais, ter um carro, morar sozinho...o que você quer? Na verdade, eu não sei, tenho muitos sonhos, planos, mas estou ciente de que eles possam mudar até lá, afinal dois anos está tão longe, porque temos que pensar nisso como se fosse o amanhã? Então, quem é que sabe o que quero ser...