O que seus pensamentos dizem a você?

12:21

Foto: Mariateresa Pazienza

Nosso comportamento emocional é influenciado pelas situações que vivenciamos, mas também pelo modo como interpretamos e atribuímos significados a essas situações. Essa interpretação e atribuição de significado reflete os pensamentos automáticos que são gerados a partir de uma estrutura de crenças que construímos ao longo da vida.

A princípio pode parecer que não temos controle algum sobre esses pensamentos que, muitas vezes, nos trazem sofrimento. No entanto, se conseguirmos identifica-los e nutri-los de maneira adequada é possível modifica-los e criar um novo padrão que seja mais saudável.

Para isso, o primeiro passo é identificar como as circunstâncias nos afetam e que tipo de pensamentos são evocados a partir delas. O ideal é registrar tudo em um diário de emoções, que pode ser um caderno ou o bloco de notas do seu celular, da seguinte forma:

Situação: Seminário na faculdade

Emoção: Desespero, preocupação, vergonha

Pensamento: Eu não vou conseguir apresentar. Vou esquecer de tudo!

A partir do registro é possível notar os vestígios da crença, que no exemplo supracitado é a insegurança de falar em público. Essa insegurança pode ser positiva e nos ajudar na preparação para obter um bom desempenho ou pode ser negativa a ponto de nos fazer pensar que não somos capazes de apresentar e nos auto sabotar. Por isso é tão importante conseguir identificar o padrão para, só assim, conseguirmos pensar em formas de desconstruí-lo, isso pode ser feito mediante questionamentos do tipo:

Por que me sinto insegura em apresentar o seminário?

O meu pensamento do que pode acontecer é um cenário realista ou é o pior cenário possível?

Muitas vezes nossos pensamentos tendem a ser catastróficos para reforçar a crença enraizada que cultivamos, às vezes sem perceber. Mas quando conseguimos identificar e tiramos os pensamentos do piloto automático precisamos direciona-los para um cenário mais pautado na realidade e reeduca-los, encontrando estratégias para modifica-los para um modo mais funcional.

Pensar positivo por si só não é a solução do problema, como dizem por aí. É necessário alterar o padrão de respostas que acarretam o mal-estar e impactam a saúde emocional e isso só é possível mediante o conhecimento dos padrões, de como foram construídos, quais eventos desencadearam as crenças e em que elas se apoiam. Ao conhecer o histórico podemos reformular e construir novos esquemas que gerem comportamentos mais adequados perante situações como falar em público.

Caso o sofrimento seja intenso e as dicas supramencionadas não tenham efeito positivo, o ideal é buscar ajuda de um psicólogo, pois este profissional utiliza técnicas e estratégias adequadas a nossa situação e que nos direcionam ao bem estar emocional. Não existe uma fórmula mágica, mas o autoconhecimento é um bom começo para desmistificar crenças que nos afetam diariamente e nos ajudar a gerenciar nossos pensamentos.

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2 comentários

  1. É difícil prestarmos atenção em nós mesmos para ver isso acontecendo. Acho que são tantos anos repetindo o mesmo padrão de emoção que fica até difícil de mudarmos. Mas acredito em suas palavras, e se nos esforçarmos podemos mudar, melhorar esse detalhe na nossa vida que faz toda a diferença.

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    1. Oie Melissa, geralmente não temos o hábito de nos observar nas situações e acabamos não percebendo a qualidade dos nossos pensamentos e o impacto de nossas emoções nas relações e até em nosso próprio sofrimento. Mas quando nos percebemos, fica mais prático conseguir desconstruir o padrão, nesse processo a terapia é excelente para nos ajudar a gerenciar tudo isso. Até porque não precisamos enfrentar essa jornada de autopercepção/autoconhecimento sozinhas :)

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